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Archive for the ‘Vida Aberta’ Category

Eu tenho algumas coisas a lhe dizer, coisas que eu disse para amigos, para colegas e até desconhecidos, mas não te disse ainda, talvez eu estivesse acumulando uma coragem inalcançável. Eu não sei o que se passa nessa minha cabeça um tanto bipolar, mas se eu tenho alguma certeza, essa seria a de que você é de longe a melhor pessoa que eu já estive, embora essa sua personalidade marrenta, cabeça-dura e teimosa – e bota teimosa nisso – entre em contraste com a sua bondade extrema e os diferentes ângulos que você enxerga o destino, eu não consigo entender de forma alguma essa necessidade absurda que você tem de se sacrificar. Você já me mostrou e revisou todos os seus motivos incansáveis vezes, e por fim eu desisti de tentar entender, só quero lhe informar que isso não significa que eu desisti de você.

Eu estava desconfortável com a situação em São Vicente, e visivelmente você também estava. Rever-te despois de tanto tempo sem contato poderia acarretar numa avalanche emocional, mas pelo contrario eu não senti nada, nem nostalgia. Então resolvi conversar para resolver aquela situação embaraçosa e por fim parecia que éramos amigos novamente, suas brincadeirinhas retornaram como se nunca tivessem partido, o seu sorriso estava presente e o seu semblante confortável. Por fim acabamos para o melhor ou para pior, ficando naquela noite e novamente eu não senti absolutamente nada. Perturbado por essa insensibilidade te convidei para ir ao cinema, seria uma espécie de prova real, porem nossos planos foram balançados e acabamos na balada com todos os amigos presentes. Com toda certeza eu não queria te beijar na frente de todos os coadjuvantes do nosso relacionamento, mas você chegou dançando perto de mim e seria estranho eu te recusar naquele momento tendo em vista os acontecimentos da semana passada. E nessa noite a minha insensibilidade se esvaiu das minhas mãos como areia.

Eu te amo, fato! Não é aquele amor de quase um ano atrás quando estávamos em simetria perfeita, e estranhos nos paravam na rua para dizer o quanto formávamos um casal bonito. O que aconteceu com aquele casal afinal? Eles começaram a namorar seguindo os conselhos da formalidade e foram infelizes para sempre. Esse amor é diferente, talvez porque agora somos pessoas diferentes, eu ainda não consegui defini-lo e nem sei se um dia vou conseguir. Eu não sei o que você sente, a última vez que conversamos você me disse que não queria que alguém esperasse você. Eu sei dos riscos, eu sei que eu posso esperar e no fim das contas você não estar lá, essa é uma decisão minha e não sua, afinal eu já esperei tantas coisas na vida e algumas delas chegaram enquanto outros jamais chegarão, mas todas que chegaram trouxeram consigo imensa alegria. O que eu quero dizer é que eu quero voltar a ser pelo menos um rascunho daquele casal, seja com você ou com qualquer outro, eu não quero e não aceitou menos que isso. Se você estiver disposto a isso ficaria radiante de te ter ao meu lado nessa empreitada. É hora da decisão… você fica ou vai embora de vez?  E essa sim é uma decisão sua, somente sua. E como eu sei que você não raciocina bem sobre pressão, tenha o tempo que achar necessário para me dar a resposta, só não fique na omissão porque imaginar o que você esta sentindo é bem pior do que saber a resposta. E sua resposta é simples como beber água. Sim ou Não?

 

 

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Ressaca.

Caipirinha, com Vodca e pouco gelo! Uma caipirinha, por favor! Uma, duas, três,… seis e eu perdi a conta a partir da sétima, entre uma e outra algumas latinhas de cerveja para afogar um organismo pra lá de embriagado. Nessa empreitada junto comigo, compartilhando o mesmo copo, Carlos e Bruno, decididos e determinados a mandar toda a censura esgoto abaixo. Em processo de desapego Bruno e eu brindamos a “vadiagem”, lembranças e angustias de amores presentes outrora, agora ausentes, solúveis no álcool.

 Não demora muito e perco a noção do espaço-tempo, e como num flash estou na parede do palco compartilhando com um desconhecido uma intimidade definida como intensa. Intimidade entre estranhos, muitos estranhos, que assim como as caipirinhas perdeu-se na contagem.

O que resta no dia seguinte é uma overdose de ressaca moral e física, inúmeros contatos desconhecidos no celular, mensagens exclamando: “Adorei a noite”; ou ainda perguntando: “Vamos ficar novamente?”; Confuso sobre o rosto e nome do remetente, eu apago as mensagens sem respondê-las e me apego ao meu melhor amigo desse dia, a garrafa d’água.

Um dia depois organismo desintoxicado e pronto para mais uma noitada. Mas as memorias, essas começam a voltar pouco a pouco como um fantasma pronto para puxar meu pé na madrugada. Ainda bem que nunca tive medo de fantasmas.

 

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Com seus cabelos ruivos, sorriso inigualável e cativante, seu olhar hipnótico, sua voz como o canto da sereia influencia minhas atitudes me levando ao abismo, seu corpo esculpido por Afrodite balança na pista de forma harmônica convidando todos ao seu redor a juntar-se a sua graça. Graça que ela roubou de uma estrela ou um anjo que despencou do céu concidentemente na mesma hora que ela aspirou pela primeira vez, roubando para si toda a magia antes que alguém pudesse senti-la. Sutileza conquistadora, não existe ser humano que não se apaixone. Gay, hetero, bi, ou qualquer nomenclatura que venham a inventar décadas à frente, estão todos fardados a cair aos seus encantos.

 

Negar sua presença é algo tortuoso então sigo o seu ritmo na pista, esqueço a música que está tocando, ouço sua respiração ofegante e cada vez mais próxima, tão próxima que agora se mistura com a minha, e se mistura cada vez mais, até que por um solavanco nos desgrudamos. Se tivesse brotado em terras romanas seria chamada de Vênus, em fronteiras gregas Pandora, nos mares orientais Gueixa, mas aqui em terra tupiniquim ela é chamada simplesmente de…

 

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Sou fiel. Fato irrevogável. Não é por índole ou personalidade perfeccionista, é uma questão biológica-psicológica. Não consigo me excitar com outras pessoas quando estou em um compromisso sério. Já tentei. Como todo ser emocional lutando contra meus cromossomos, tentativa frustrada, vergonhosa, a característica explicita da falta de desejo estampada no meu corpo e no olhar constrangido. Depois da desventura admiti essa doença crônica psicossomática chamada fidelidade.

 Um relacionamento aberto, ménage e orgias no meu imaginário não são cogitados nem como fantasia sexual reprimida. Sou careta tanto quanto ou talvez mais do que sou fiel. Sexo a dois e ponto, na sua melhor forma sem corpos adicionais tentando se encaixar num quebra-cabeça de duas peças.

Sou guloso, depois da luxúria a gula é sem dúvida o meu pecado preferido. E a fusão desses dois pecados hipoteticamente deve ser a fidelidade habitada em mim, uma mistura de desejo insaciável, passional e egoísta por alguém e por todo prazer sexual, espiritual, emocional e material vindos dessa pessoa. Ao olhar pelo sentido original “deixar-se dominar pelas paixões”.

Fidelidade implica em confiança e vice-versa, e essa relação mútua aplica-se entre dois indivíduos. Todo esse rodeio para dizer que estou namorando e que nesse mundo de hoje que consiste no apego aos prazeres carnais e corrupção de costumes eu sou à exceção a regra. Eu sou o ponto onde as leis da física não se aplicam.

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Bom, a quem interessar a minha decisão foi esperar. Não por um tempo indeterminado, embora ele não esteja previamente determinado na minha cabeça eu vou saber quando chegar a hora. Vou deixar esse romance seguir o balanço do mar e seja o que o destino quiser.

Há tempos estou pra lhe falar algumas coisas. Tudo tem ficado muito confuso, cada vez mais sinto que você me alcança menos e acho que esclarecer algumas coisas pode ajudar. Você diz que me ama, mas talvez  esteja enganado. O amor compreende, e o amor só ama de verdade aquilo que o completa. Talvez você ame quem você é quando estou por perto. Talvez você ame apenas a idéia que tem de mim, e isso não sou eu. Isso é você querendo que eu caiba nos seus anseios, nos seus desejos. Vê? Isso é você amando a si mesmo. Essa é a soma das suas perspectivas, que muitas vezes não condiz com o real. Nesse caso, não tendo eu outra alternativa além de ser o que eu sou, a você restam duas opções: me ame, ou me deixe. Me queira com tudo o que eu tenho de bom e de ruim, com todas as idiossincrasias e as pequeninas coisas que muitas vezes você nem considera correto. Entenda que eu não escolhi e nem tenho culpa de ser cavalo selvagem:  o fato de você conseguir cavalgar comigo depende unicamente da sua destreza. Entenda que eu sou como um gato, variável , inconstante, mas sempre honesto: uma vez que se sabe lidar com ele é garantia de carinho e apego eterno. Caso contrário, arranhões e comportamento arredio são inevitáveis. Caso contrário, se prepare pra me ver fugir ou te ignorar. Quem quer conviver com bichos selvagens deve estar preparado para as intempéries. No mínimo existe a garantia de surpresa e nenhuma previsibilidade, nunca se sabe o que pode acontecer. Pra uns isso pode parecer desesperador, para outros é apenas imensamente emocionante. É sempre seu direito botar na balança e decidir se quer viver assim na corda bamba, numa aventura sem roteiro pré-estabelecido. Mas se me quer por perto, deixa-me ser.  Não me tome por pretensioso por falar desse jeito sobre mim mesmo.  É apenas uma tentativa de que eu e você descubramos se existe realmente algum laço real, ou se ele é feito de filó. Decifra-me, ou te devoro. Sem dó nem piedade.

 

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